Governo russo reconhece a autoridade do CNT na Líbia

O governo russo reconheceu oficialmente nesta quinta-feira o Conselho Nacional de Transição (CNT) como autoridade legítima da Líbia, declarou o Ministério das Relações Exteriores russo.
"A Federação Russa reconhece o Conselho Nacional de Transição da Líbia como a autoridade do país e destaca seu programa de reformas, que prevê o desenvolvimento de uma nova Constituição, a realização de eleições gerais e a formação de Governo", assinala a nota publicada no site oficial do ministério.
A Rússia lembra que suas relações diplomáticas com a Líbia "nunca foram interrompidas" desde seu estabelecimento, em 4 de setembro de 1955, "independentemente do Ggverno que havia em Trípoli". "Confiamos que os acordos e outras obrigações mútuas estipuladas entre a Federação Russa e a Líbia anteriormente seguirão em vigor e continuarão a ser cumpridos", conclui a nota da Chancelaria russa.
Moscou, aliado tradicional de Trípoli, se recusara a reconhecer em julho o CNT, órgão político da rebelião líbia, como única autoridade do país, o que havia sido feito poucos dias antes pelos Estados Unidos e algumas potencias ocidentais.
Além disso, a Rússia, junto com a China, optou pela abstenção na votação no Conselho de Segurança da resolução 1973 que permitiu a intervenção internacional em março na Líbia.
A Rússia participará nesta quinta-feira da conferência que realizará em Paris o Grupo de Contato da Líbia para tratar da situação no país africano.
Líbia: da guerra entre Kadafi e rebeldes à batalha por Trípoli
Motivados pelos protestos que derrubaram os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em fevereiro para contestar o coronel Muammar Kadafi, no comando desde a revolução de 1969. Rapidamente, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civilque cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas de leste a oeste.
A violência dos confrontos gerou reação do Conselho de Segurança da ONU, que, após uma série de medidas simbólicas, aprovou uma polêmica intervenção internacional, atualmente liderada pela Otan, em nome da proteção dos civis. No dia 20 de agosto, após quase sete meses de combates, bombardeios, avanços e recuos, os rebeldes iniciaram a tomada de Trípoli, colocando Kadafi, seu governo e sua era em xeque. Na dia 23 de agosto, os rebeldes invadiram e tomaram o complexo de Bab al-Aziziya, em que acreditava-se que Kadafi e seus filhos estariam se refugiando, mas não encontraram sinais de seu paradeiro. De acordo com o CNT, mais de 20 mil pessoas morreram desde o início da insurreição.
Com informações da agência EFE.

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